INTRODUÇÃO
Dentre os falsos profetas do Antigo Testamento encontram-se também os das divindades pagãs. Vamos, porém, enfocar os falsos profetas de Israel que, por não terem o temor de Deus, usavam o nome do Senhor para enganar o povo. Há, especialmente, dois casos horrendos nas Escrituras Sagradas: o relato de Zedequias, filho de Quenaana, e seu grupo de profetas, que conseguiram impressionar o rei Acabe (1 Rs 22.5-28; 2 Cr 18.4-27), e o falso profeta Hananias.
I. A FALSA MENSAGEM PROFÉTICA
1. A celeste mensagem de Jeremias. No início do reinado de Zedequias, o profeta Jeremias colocou sobre seu pescoço uma canga de madeira com tiras de couro (27.1,2; 28.10,12,13) e foi enviado por Deus a Judá e a Jerusalém (27.3), exortando o povo à submissão ao rei de Babilônia (27.6-8). Assim como o boi é dominado pelo jugo de seu dono, as nações deveriam sujeitar-se ao domínio dos caldeus, pois seria inútil tentar livrar-se de Nabucodonosor (27.12,13).
Dentre os falsos profetas do Antigo Testamento encontram-se também os das divindades pagãs. Vamos, porém, enfocar os falsos profetas de Israel que, por não terem o temor de Deus, usavam o nome do Senhor para enganar o povo. Há, especialmente, dois casos horrendos nas Escrituras Sagradas: o relato de Zedequias, filho de Quenaana, e seu grupo de profetas, que conseguiram impressionar o rei Acabe (1 Rs 22.5-28; 2 Cr 18.4-27), e o falso profeta Hananias.
I. A FALSA MENSAGEM PROFÉTICA
1. A celeste mensagem de Jeremias. No início do reinado de Zedequias, o profeta Jeremias colocou sobre seu pescoço uma canga de madeira com tiras de couro (27.1,2; 28.10,12,13) e foi enviado por Deus a Judá e a Jerusalém (27.3), exortando o povo à submissão ao rei de Babilônia (27.6-8). Assim como o boi é dominado pelo jugo de seu dono, as nações deveriam sujeitar-se ao domínio dos caldeus, pois seria inútil tentar livrar-se de Nabucodonosor (27.12,13).
2. O falso profeta Hananias (v.1). No mesmo ano em que o Senhor transmitiu essa mensagem por meio de Jeremias, surgiu um falso profeta - "Hananias, filho de Azur, o profeta de Gibeão" (v.1) - para confrontar a mensagem do arauto de Deus. O falso profeta desafiou Jeremias no Templo de Jerusalém diante do povo e dos sacerdotes. A Palavra de Deus adverte-nos de que haverá entre nós, na própria igreja, falsos profetas (2 Pe 2.1,2; Leia ainda At 20.30; 1 Tm 4.1; 1 Jo 4.1).
3. A mensagem de Hananias (vv.3,4) e a reação do profeta de Deus. O farsante Hananias procurava contradizer a mensagem de Jeremias acerca do destino de Jeconias (nome alternativo de Joaquim, filho de Jeoaquim, também chamado de Conias [cf. Jr 37.1]) e do fim do cativeiro. O profeta de Deus afirmava ser impossível Jeoaquim retornar de Babilônia (Jr 22.24-27), o que realmente aconteceu, pois o rei veio a morrer em Babilônia durante o reinado de Evil-Merodaque (Jr 52.31-34; 2 Rs 25.27-30). Da mesma forma, os oráculos divinos anunciavam setenta anos para o domínio babilônio sobre os judeus (Jr 25.11; 29.10), o que, a despeito de o povo israelita ser escolhido de Deus, também veio a se cumprir (2 Cr 36.22,23; Dn 9.2).
Contudo, o falso profeta Hananias trouxe uma mensagem que todos queriam ouvir: a volta de Joaquim e o fim do jugo caldeu em dois anos (Jr 28.2-4). Era, portanto, a palavra dele contra a de Jeremias, e isso colocava o homem de Deus em desvantagem, pois o povo esperava uma mensagem de triunfo.
Entretanto, como se pode ver no capítulo 28 e versículos 5 a 9, Jeremias reitera a Palavra do Senhor, com destaque para o versículo 6, quando o profeta diz um "amém" irônico, advertindo o povo a não empolgar nem se entusiasmar com os oráculos de Hananias. Apesar de um discurso bonito e de uma mensagem agradável, faltava ainda o teste do tempo como ensina Deuterônomio 18.22. A Bíblia ensina que o profeta só será reconhecido como tal após suas predições se cumprirem (28.9).
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
A falsa mensagem profética de Hananias legitimou a reação de Jeremias, que reiterou a Palavra do Senhor diante do falso profeta.
II.. O FALSO PROFETA DESMASCARADO
1. A arrogância de Hananias. Duas características de um falso profeta são a audácia e a arrogância. E o falso profeta Hananias apresentava essas más qualidades. A Palavra de Deus diz que, enquanto o profeta Jeremias representava a situação futura de Israel usando um jugo no pescoço, Hananias tomou o jugo e, diante do povo, quebrou-o, reafirmando seu discurso positivista: "Assim quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilônia, depois de passados dois anos completos" (v.11). Era uma situação difícil para Jeremias, que limitou-se a "tomar o seu caminho". Para nós, que estamos cientes de que a verdade estava do lado de Jeremias, é fácil compreender. Todavia, imagine o povo naquela época assistindo esse embate, com o agravante do falso profeta usar a chancela (ainda que falsa) de uma suposta autoridade espiritual: "Assim fala o SENHOR dos Exércitos" ou "assim diz o SENHOR" (vv.2,4,11). Como discernir o verdadeiro do falso?
2. O jugo de madeira é substituído por um de ferro (vv.13,14). A ousadia de Hananias acarretou ainda mais a ira divina. Deus mandou Jeremias voltar e declarar ao falso profeta: "Jugos de madeira quebraste. Mas, em vez deles, farei jugos de ferro" (v.13). Dessa forma, a servidão seria ainda pior, pois, agora o jugo seria de ferro, ou seja, ninguém poderia quebrá-lo (v.14).
3. O julgamento do falso profeta Hananias e a confirmação de Jeremias como profeta de Deus (vv.15-17). Como tudo tem o seu tempo, chegou a hora de o falso profeta Hananias ser desmascarado. Disse-lhe Jeremias: "[...] não te enviou o SENHOR, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras" (v.15). A mensagem do falso profeta, apesar de agradável, era falsa; não provinha do Senhor. Noutras palavras, era uma mentira ruinosa que contribuiu para a queda da nação e o exílio do povo.
Hananias pagaria com a própria vida por sua rebelião contra o Senhor; disse-lhe Deus: "Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano, morrerás, porque falaste em rebeldia contra o SENHOR" (v.16). Essa era a pena que a lei determinava para os falsos profetas (Dt 18.20). O início do confronto entre o verdadeiro e o falso profeta aconteceu no "quinto mês" (v.1). Hananias morreu "no mesmo ano, no sétimo mês" (v.17). Isso mostra que a profecia de Jeremias cumpriu-se em menos de dois meses. Hananias foi desmascarado e morto; Jeremias, confirmado como profeta de Deus. Por que o povo não se arrependeu de seus pecados, e continuou a confiar nas mentiras dos falsos profetas? A resposta é simples: os rebeldes optam por acreditar apenas naquilo que lhes agrada. Essa é a tendência do ser humano.
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
O falso profeta tem como características a arrogância e a audácia. Por essa razão, Deus derramou a sua ira sobre o falso profeta Hananias.
III. O DOM DE DISCERNIR É O GRANDE INIMIGO DOS FALSOS PROFETAS
1. O discernimento do povo de Deus. Um dos dons espirituais mais necessários é o de discernimento. Isto porque o falso profeta, sendo um imitador muito eficiente, pode confundir o povo de Deus, uma vez que suas mensagens concordam com aquilo que as pessoas esperam, gostam e sonham. Entretanto, o crente que teme a Deus tem o discernimento, mediante o Espírito Santo, para distinguir a verdade do erro. Alguns exemplos bíblicos demonstram que, às vezes, a mentira e a verdade estão mais que evidentes (Êx 7.12; 1 Rs 22.18,37). Oremos, pois, a Deus, rogando-lhe o dom de discernimento de espíritos.
2. A luta da verdade de Deus contra a mentira diabólica. O apóstolo Pedro deixou claro que a presença do verdadeiro não é suficiente para impedir a manifestação do falso. Ao falar dos autênticos profetas hebreus do Antigo Testamento, o apóstolo ressaltou que "também houve entre o povo falsos profetas" (2 Pe 2.1). Ao longo dos séculos, percebeu-se que onde há o verdadeiro, há também o falso. Para cada Moisés, há um Janes e Jambres (2 Tm 3.8); para cada Micaías, há um Zedequias, filho de Quenaana (1 Rs 22.11); para cada Jeremias, há um Hananias, filho de Azur.
3. Os discípulos do profeta Hananias. À semelhança de Hananias, muitos falsos profetas estão por aí causando estragos nas igrejas e trazendo problemas até para a sociedade. Portanto, estejamos atentos e vigilantes.
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
O discernimento espiritual é fundamental para desmascarar o falso profeta. Assim, a verdade de Deus prevalecerá sobre a mentira diabólica.
CONCLUSÂO
Os falsos profetas continuam a arruinar a vida de muita gente. Por causa deles, muitos alteram e comprometem o plano de Deus para a sua vida e ministério. Outros, afastam-se de seus familiares e amigos e passam a evitar a igreja, rejeitando os pontos fundamentais da fé cristã. Que Deus nos livre de tais embusteiros. Fiquemos, pois, com as palavras de nosso Senhor Jesus Cristo: "Acautelai-vos, que ninguém vos engane" (Mt 24.4).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Devocional
A mensagem contemporânea de Jeremias
"Jeremias iniciou a sua mensagem com "Quanto aos profetas. O meu coração está quebrantado dentro de mim..." [capítulo 23] (v.9). Os profetas aos quais ele se referia não eram aqueles de um deus ou ídolo falso. Não, estes eram profetas de Israel, os mesmos que falavam em nome de Jeová. Eles eram muito conhecidos e aceitos entre os crentes, mas Deus lamentava: "até na minha casa achei a sua maldade" (v.11). Isso partiu o coração de Jeremias. Hoje em dia é diferente? Não, aqueles que têm uma compreensão do que é verdadeiramente profético podem entender com facilidade a sua tristeza. Não são falsos profetas os adivinhadores que leem a palma da mão, cartas de tarô ou falam segundo as estrelas, que entristecem profundamente aqueles que anseiam por ver a Deus glorificado. Na verdade, são aqueles que ministram em nome de Jesus nas nossas igrejas e conferências os que partem o coração dos justos. Eles se entristecem porque, embora o ministério seja apresentado no nome de Jesus, não é desempenhado pelo seu Espírito"
(BEVERE, John. Assim Diz o Senhor? Como saber quando Deus está falando através de outra pessoa. 1.ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2006, pp.60-1).
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