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    segunda-feira, 22 de abril de 2013

    Pregando ao céptico - Zacarias e Geisler



    Quando alguém estuda os maiores expoentes da pregação evangelística nas Escrituras, o apostolo Paulo permanece como o exemplo fundamental de como passar por linhas culturais e tendências filosóficas sem comprometer a mensagem. Fiquei a par disso há algum tempo, durante uma visita a Grécia. Até hoje, ao pé da colina de Marte está uma placa de bronze com as palavras de Paulo dirigidas aos estoicos e aos epicureus, transmitidas a nós em Atos 17. Paulo começa com a seguinte declaração:

    Varões atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; porque,
    Passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em
    Que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vos
    Honrais não o conhecendo e o que eu vos anuncio. Atos 17.22,23

    O ponto de partida de Paulo foi o pensamento de seus ouvintes; e embora seu objetivo fosse expor a falha intelectual deles, começou afirmando a fome espiritual que sentiam. Passo a passo, Paulo prosseguiu da necessidade deles para o único que e onisciente — Deus conforme revelado em Cristo. Apenas Cristo era a resposta tanto para os fracos quanto para os fortes. Paulo estava bem ciente do contexto, e, com uma relevância que constrange, aplicou a verdade do evangelho e conquistou ouvintes. Alguns homens e mulheres influentes assumiram um compromisso com Cristo naquele dia, e a igreja foi estabelecida em Atenas com bases solidas. Na verdade, alguém pode se surpreender ao ver o nome da principal rua na colina de Marte.

    Ela e chamada de “Dionísio, o Areopagita”, que se entregou a Cristo no final da mensagem de Paulo. Dois mil anos depois, a colina e a rua permanecem como um tributo a mensagem e aqueles que a receberam. De Atenas, Paulo foi a Corinto, um cenário totalmente diferente. O estudioso do Novo Testamento William Barclays observa que Corinto era uma cidade perversa: “A própria palavra korintbiazesthai, viver como um coríntio, havia se tornado parte da língua grega, e significava viver embriagado e na imoralidade”. A palavra coríntio entrou na língua inglesa para descrever nos períodos de governo provisório “um dos jovens ricos que viviam de modo despreocupado e descomedido”.

    A Qualquer leitor das Epistolas de Paulo aos Coríntios está familiarizado com a lista de vícios, terminando com as palavras: “E e o que alguns tem sido” (1 Co 6.11). Mas alguém imediatamente e detido pelas palavras iniciais de Paulo: “E eu estive convosco... A minha palavra e a minha pregação não consistiam em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espirito e de poder” (1 Co 2.3,4).

    Enquanto fiquei em Corinto, fui dominado completamente pela mensagem de Paulo. Ali, em uma placa de gesso, estavam gravadas as poderosas palavras de 1 Coríntios 13, possivelmente a maior exposição já escrita sobre o amor. Como Paulo aplicou a verdade do evangelho a um povo tão depravado? Isso e fácil de se ver. Sobre as ruinas da antiga Corinto está o que restou do templo de Afrodite, a deusa do amor sensual. Esse templo abrigava milhares de prostitutas que exibiam suas ofertas a cada noite diante da insaciável paixão dos coríntios. Patilo contrastou essa expressão vulgar de amor com a pureza e a beleza do amor de Deus, que se regozija com a verdade e e eterno em sua natureza. Com uma forca capaz de atrair a atenção essas palavras mantem os leitores cativos hoje, expondo a grandeza do amor e prendendo a imaginação quando lidas no contexto da maior necessidade de Corinto. Ao refletir bastante sobre a abordagem de Paulo, logo pude ver a potência da verdade quando transmitida pela estrutura do pensamento e da vida de alguém. Paulo teria cometido um terrível erro se tivesse chegado aos coríntios como chegou aos atenienses, armado com logica e argumentos.

     Em Atenas foi uma batalha da mente — filosofia. Mas em Corinto foi uma batalha para o corpo — sensualidade. Todavia, existe uma conexão — de fato, uma conexão inextricável. Tanto a mente quanto o coração dos ouvintes devem ser tratados de forma que possam ser preparados para se renderem ao evangelho. Porem, não vamos perder o foco. O caminho até o coração em cada cidade teve um ponto de partida diferente no evangelho, o que culminou em uma aplicação particular. Em outras palavras, existe um grande perigo em supor que uma abordagem sirva para todos. A compreensão e o arrependimento são frutos da pregação expositiva que e apropriada para a aplicação pessoal ou mesmo nacional.

    Fonte: Sua igreja está preparada?  Zacarias e Geisler
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