Em 14 de maio de 1948, terminou o Mandato Britânico. O domínio da Grã-Bretanha sobre Israel perdurou por trinta anos (1918-1948). À época, a população judaica na Terra de Israel era de 650 mil pessoas e já formava uma comunidade organizada, com instituições políticas, sociais e econômicas bem desenvolvidas. Israel já era uma nação em todos os sentidos, faltando apenas a oficialização do Estado. Naquele mesmo dia foi proclamado o Estado de Israel, de acordo com o plano de partilha da ONU (Organização das Nações Unidas) de 1947.
Apenas onze minutos após essa proclamação, o presidente dos Estados Unidos, Harry S. Truman, reconheceu o Estado de Israel. Isso marcou o início de uma profunda amizade e respeito mútuo, baseados em valores democráticos comuns, decorrentes de sistemas políticos e jurídicos firmemente apoiados nas tradições liberais. O relacionamento entre eles é tão bom que, às vezes, eles “concordam em discordar”. Em um único dia (14 de maio de 1948), Israel se tornou independente da Grã-Bretanha, teve o seu Estado proclamado e firmou uma amizade com a maior potência mundial. Mas, no dia seguinte, começariam as dificuldades.
Menos de 24 horas após a proclamação do Estado de Israel, os exércitos regulares de Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque invadiram o novo país, forçando Israel a defender a soberania que acabara de conquistar. Essa Guerra da Independência, vencida por Israel, durou quinze meses (maio de 1948-julho de 1949) e ceifou a vida de seis mil israelenses (quase 1% da população). Mas, ainda durante esse período, os israelenses obteveram uma grande vitória no âmbito político. Em 11 de maio de 1949, o Estado de Israel se tornou o 59º membro das Nações Unidas.
Em 1960, um dos principais organizadores do programa de extermínio nazista durante a Segunda Guerra Mundial, Adolfo Eichmann, foi levado para Israel a fim de ser julgado segundo a legislação israelense de punição aos nazistas e seus colaboradores, criada em 1950. Eichmann, considerado culpado de crimes contra a humanidade e o povo judeu, foi condenado à morte e enforcado em 30 de maio de 1962. Essa foi a única vez em que a pena de morte foi aplicada sob a lei israelense.
Cinco anos mais tarde aconteceria a Guerra dos Seis Dias. Em maio de 1967, o Egito novamente deslocou um grande número de tropas para o deserto do Sinai, ordenando que as forças de manutenção de paz da ONU se retirassem da Palestina. Israel, então, invocando seu direito inerente de autodefesa, obteve grande vitória, após seis dias de combate.
Em maio de 1994, com o objetivo de por termo ao conflito israelo-palestino e, pelo menos, minimizar o conflito árabe-israelense, Israel e a então OLP (Organização para Libertação da Palestina) deram um importante passo. Israelenses e palestinos, que tinham assinado em Washigton D.C., nos Estados Unidos, uma Declaração de Princípios, começaram a conversar, visando ao estabelecimento de um autogoverno na Faixa de Gaza e na área de Jericó. A última etapa das negociações entre eles se iniciaram, de acordo com o que estava previsto, em maio de 1996. Nesses mesmos mês e ano, Israel abriu escritórios de representação comercial em Oman e no Qatar.
Diante do exposto, aproveito este mês de maio para parabenizar, mais uma vez, a todo o povo israelense pelo aniversário de 65 anos de proclamação do Estado de Israel. Finalizo, pois, este artigo citando um trecho veterotestamentário das Escrituras Sagradas: “Rogai ao Eterno pela paz em Jerusalém! Prosperem os que te amam, ó Jerusalém! Haja paz em teus baluartes e segurança em teus palácios. Por amor a meus irmãos e companheiros, rogarei por Tua paz. Por amor à Casa do Eterno, nosso Deus, buscarei sempre o Teu bem” (Bíblia Hebraica, Editora Sêfer, Salmo 122).
Ciro Sanches Zibordi
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