Veja essa declaração: "Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra c...." O humorista Rafinha Bastos está no palco de seu clube de comédia, na região central de São Paulo. É sábado e passa um pouco das 20h. Os 300 lugares não estão todos ocupados, mas a casa parece cheia. Ele continua o discurso, finalizando uma apresentação de 15 minutos. "Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade." Até ali, o público já tinha gargalhado e aplaudido trechos que falavam sobre como cumprimentar gente que não tem os braços, o que dizer para uma mulher virgem com câncer, e por que, depois que teve um filho, Rafinha passou a defender o aborto. Mas parece que agora a mágica se desfez. O gaúcho de 34 anos, 2 metros de altura, astro da TV, não está emplacando sua anedota sobre estupro. Os risos começam a sair tímidos e os garçons passam a ser chamados para servir mais bebida. Rafinha aparenta não se dar conta de que algo ruim está acontecendo. Em vez de aliviar, ele continua no tema. "Homem que fez isso [estupro] não merece cadeia, merece um abraço." Em vez de rir, uma mulher cochicha para alguém ao lado: "Que horror".
Essa matéria saiu na Rolling stones e aponta para um problema que tem afetado a sociedade no sentido moral e ético: a ausência de limite e bom senso no humor. Ser sarcástico é uma coisa, ser escarnecedor é outra. O senhor Rafinha Bastos passou dos limites ao declarar que um estuprador deveria ser abraçado e não punido.
Então rapaz, abrace e celebre com o cara que estuprar sua mulher ou sua mãe. Só é engraçado quando não nos incomoda não é? O fato de fazer parte da turma do Marcelo Taz (grande jornalista de verdade) não lhe dá direito de ofender as milhares de mulheres que foram vítimas desse crime hediondo e que estão traumatizadas pelo resto da vida.
Faça o seguinte: submeta-se as carícias de "chico estrela" o maníaco do parque e depois vá fazer seu stand up se der pra ficar "up". Ah e a piada do estupro só funciona porque a elite que vai assistir o seu show, não pensa, engole o que vem pela frente e ta pouco se lixando pra quem é estuprado até o estuprado seja ele(a).
Respeite as pessoas, se você tivesse conhecimento mínimo de seu livro sagrado a Torah, não falaria metade das asneiras que professa no palco. Seja homem e faça humor e não ganhe a vida às custas de quem sofreu e sofre diariamente por ter um câncer ou ter sido estuprada. Isso é papel do diabo, não seu. Você pode mais que isso rapaz...
Fonte:Pastor Márcio
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