A Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB) existe desde 1859. É uma denominação protestante, calvinista e reformada. Como pentecostal e assembleiano, é evidente que não estou de acordo com algumas das suas doutrinas. Mas concordo plenamente com a sua posição em relação a certas denominações neopentecostais. Para a liderança da IPB, por exemplo, a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) é uma seita.
Muitos poderão considerar o posicionamento da IPB exagerado e afirmarem que ela não tem o direito de considerar a tal denominação pretensamente evangélica uma seita. Mas eu estou de acordo com os líderes da aludida denominação histórica e considero a sua posição exemplar, nesse caso.
Além da falaciosa Teologia da Prosperidade, acompanhada de outras heresias e modismos injustificáveis, de uns tempos para cá a Record (emissora da IURD) e o seu líder, Edir Macedo, passaram a defender abertamente o aborto, contrariando a Palavra de Deus. Até a crítica secular tem se manifestado quanto a isso. Reinaldo Azevedo, colunista da Veja on-line, é um dos críticos que questionam a incoerente posição de Macedo.
Quais são os argumentos de Edir Macedo em prol do aborto? Segundo ele, muitas mulheres têm perdido a vida em clínicas de fundo de quintal. Se o aborto fosse legalizado, elas não correriam mais o risco de perder a vida. Ele pergunta: “O que é menos doloroso: o aborto ou ter crianças vivendo como camundongos nos lixões de nossas cidades, sem infância, sem saúde, sem escola, sem alimentação e sem qualquer perspectiva de um futuro melhor? E o que dizer das comissionadas pelos traficantes de drogas?”
Macedo, usando ao final de cada argumento a sua tradicional pergunta “não é verdade?”, afirma que não interessa a ninguém uma multidão de crianças sem pais, sem amor e sem ninguém. E ataca: “O que os que são contra o aborto têm feito pelas crianças abandonadas?”
Assemelhando-se a Hitler, Edir Macedo defende o aborto para fazer uma “limpeza” na sociedade. Ele tem perguntado, em suas palestras: “Por que a resistência ao planejamento familiar? O aborto diminuiria, e muito, a violência no Brasil”. Para saber mais sobre o posicionamento de Macedo, leia o blog de Reinaldo Azevedo, em http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo.
Você conhece alguma personalidade evangélica influente favorável ao aborto? Pergunte aos seguintes líderes e expoentes, considerados evangélicos — de diferentes denominações e ministérios, citados aleatoriamente —, o que eles pensam a respeito do aborto: Hernandes Dias Lopes, Billy Graham, Antonio Gilberto, José Wellington Bezerra da Costa, Rick Warren, Samuel Câmara, Silas Malafaia, David Young Cho, Caio Fábio, James Dobson, David Wilkerson, Márcio Valadão, R.R. Soares, John Piper, Jaime Kemp, Philip Yancey, etc. Por serem de denominações e/ou ministérios diferentes, eles podem divergir sobre vários assuntos. Mas todos eles se mostrarão contrários ao aborto.
Segue-se que Edir Macedo é o único líder evangélico (evangélico?) influente que defende o aborto de modo veemente e peremptório. É possível que haja outros líderes “evangélicos” influentes que, intimamente, sejam favoráveis ao aborto. Mas eu não conheço nenhum que faça campanha aberta ao aborto.
As argumentações de Edir Macedo são falaciosas, totalmente inconsistentes e, como eu já disse, hitleristas, em certo sentido. Quem somos nós para considerar que um inocente deva ser morto antes de vir ao mundo, sob a suspeição de que o tal viverá sem saúde, sem escola, sem alimentação e sem qualquer perspectiva de um futuro melhor, podendo ser comissionado por traficantes de drogas?
Há dois tipos de aborto: o voluntário (homicídio, em regra geral) e o involuntário. O aborto voluntário, salvo exceção, é contrário aos princípios e mandamentos bíblicos, pois Deus é contra todas as formas de homicídio (Êx 20.13; Mt 15.19,20; Ap 21.8). O aborto voluntário consiste na destruição da vida intra-uterina em qualquer estágio do período de gestação. E é exatamente isso que Macedo defende, por mais que esteja, segundo aparenta, cheio de boas intenções.
Por que o aborto é contrário à Palavra de Deus? Porque só o Senhor tem o direito de tirar a vida, pois é Ele quem a forma ainda no ventre materno (Jó 10.9; 31.13-15; Sl 94.9; Is 44.2,24; 49.5). Deus conhece o ser humano quando ainda é apenas um plasma, uma substância informe (Jr 1.5; Sl 139.13-16). Um ovo informe de quatro semanas (Jesus) foi chamado de “Senhor”, e um feto de 24 semanas (João Batista) ficou cheio do Espírito Santo (Lc 1.39-44).
Não têm as mulheres o direito de abortar, por quê? Primeiro, porque a vida é um dom de Deus, e o fruto do ventre, galardão dEle (Gn 2.7; Jó 33.4; Sl 127.3). Desta premissa decorre outra: a mãe é apenas o meio pelo qual uma criança vem ao mundo, e não a dona dela.
O chamado aborto honroso — provocado nos casos de gravidez resultante de estupro — e o aplicado em caso de crianças que poderão nascer defeituosas ou até sem cérebro não são exceções, pois não cabe ao ser humano tirar a vida do próximo (Dt 32.39; Êx 23.7).
Há alguma exceção? Penso que, numa intervenção médica, para salvar a vida da mãe, o aborto não se constitua um assassinato. Por quê? Porque, nesse caso, se a criança não for tirada, ela e a mãe morrerão. Não há outra alternativa, a não ser salvar a mãe, em detrimento da vida da criança.
Edir Macedo defende o aborto para evitar problemas futuros para mulheres jovens... Quer dizer, então, que, para evitarmos problemas, devemos matar uma pessoa indefesa? E, se ela fosse adulta e estivesse nos incomodando, deveríamos matá-la também? Ora, se não devemos matar um ser humano adulto para ter paz e tranquilidade, por que tiraríamos a vida de um ser humano inocente e indefeso?
Portanto, meus amados irmãos, ou a Palavra de Deus está desatualizada (e é claro que não está!), ou o senhor Edir Macedo não tem nenhum compromisso com o Deus da Palavra. Parabéns, Igreja Presbiteriana do Brasil e todos os líderes e expoentes que já tomaram uma posição exemplar em relação ao referido líder pretensamente evangélico. Os verdadeiros seguidores do Senhor Jesus jamais apoiarão a tese hitlerista pró-aborto do senhor Macedo.
Em Cristo,
Ciro Sanches Zibordi
Fonte:
0 comentários:
Postar um comentário