Como vimos, os puritanos, seguindo a tradição calvinista, analisavam a santidade como a mortificação do pecado (matá-lo em todas as suas muitas formas) e a vivificação das graças (fortalecendo hábitos santos). Paulo diz que mortificamos o pecado "pelo Espírito" (Rm 8.13) e que nossos hábitos sadios são o "fruto" do Espírito (Gl 5.22).
Imagine uma criança que deseja ajudar o pai a pintar o muro. O pai segura e direciona a mão na qual a criança segura o pincel, e ambos estão ativamente envolvidos em cada pincelada. Quando nos esforçamos, com cuidado e oração, para mortificar o pecado e praticar as virtudes, o Espírito age conosco, guiando nossa mão como no exemplo dado. Toda a realização deve ser atribuída a ele, por mais auto-renúncia e suor que isso possa ter-nos custado. Sem esta atividade de controle e força, nunca conseguiríamos vencer o pecado ou remodelar a nossa vida em retidão.
Uma declaração clássica sobre a participação do Espírito em nossa santificação, escrita há três séculos e meio, é o capítulo 13, "Santificação",da Confissão de Fé de Westminster.
I. aqueles, que são chamados com efeito e regenerados, tendo um novo coração e um novo espírito, são ainda santificados, de forma real e pes¬soal, pela virtude da morte e ressurreição de Cristo, por sua palavra e pelo seu Espírito que neles habita: o domínio do corpo do pecado como um todo é destruído, e as várias concupiscências são mais e mais enfraquecidas e mortificadas; e eles, mais e mais vivificados e fortalecidos em todas as graças salvadoras para a prática da verdadeira santidade, sem a qual nin¬guém verá a Deus.
II. Esta santificação é completa e se dá no homem como um todo; contudo, imperfeita nesta vida, uma vez que ainda persistem restos da corrupção em todas as partes dele; daí, nasce uma guerra contínua e irreconciliável -a carne lutando contra o Espírito e vice-versa.
III. Nesta guerra, embora os vestígios da corrupção possam prevalecer por algum tempo, no entanto, pelo contínuo fortalecimento do Espírito santificador de Cristo, a parte regenerada vence, e assim os santos crescem em graça, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus.
J.I.Packer
James Ian Packer é um teólogo anglicano e professor de teologia no Regent College, em Vancouver, Canadá.Foi editor sênior da revista Christianity Today e membro do comitê de novas traduções da Bíblia.
Fonte: http://www.oprincipaldospecadores.com/2010/04/o-agente-da-santidade-j-i-packer.html
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