Por: Pastor Claudionor de Andrade
No início do século 20, não passávamos de um punhado de crentes que, refugiados na Rua Azuza, em Los Angeles, buscávamos uma porção dobrada do Espírito Santo. Entramos no cenáculo e a promessa do Cristo não mentiu. Já revestidos de poder e usufruindo já de todos os dons, saímos a conquistar um mundo que se evidenciava moderno. Em menos de cinquenta anos, eis-nos em todos os continentes e ilhas. Beirando agora o centenário, os confins da terra já não nos parecem tão estranhos; revelam-se palmilháveis.
No Brasil, chegamos em 1910 e deparamo-nos com uma terra que, embora descoberta pela cristandade, achava-se ainda coberta para o cristianismo. Hoje, vêmo-la descobrir-se cristianamente, ensejando-nos grandes desafios evangelísticos, missionários e apologéticos.
Se na gênese do Movimento Pentecostal o mundo exibia-se moderno, o mesmo mundo, passado um século, presume-se evoluído e pós-moderno. Como enfrentar-lhe os desafios? O irmão Seymour não se assustou com a modernidade de seu tempo; encarou os desafios e, pela fé, ousadamente, venceu-os. Diante de tal exemplo, que alternativa nos resta? Se não vencermos os desafios da pós-modernidade, podemos até florescer algumas conquistas. Todavia, jamais frutificaremos a expansão do Reino de Deus até aos confins da terra.
Eis os desafios que estão a subestimar-nos; por isso, não temos de superestimá-los.
1) Conquistas inacabadas – Ufanamo-nos por ser a maior igreja da América Latina. O Brasil, porém, continua a esperar por uma ação evangelizadora integral, completa e global (Js 13.1). Se nas cidades avançamos, nos campos e regiões ribeirinhas, muito há por fazer. E se a mensagem evangélica já está adaptada à língua portuguesa, urge levarmos o Cristo àqueles povos de estranhas línguas que, desde o achamento do Brasil, jazem escondidos nos verdores ainda virgens de nossas matas.
O desafio não pode ser ignorado. É um gigante a afrontar-nos no vale de uma decisão que reivindica uma coragem singular. Tão singular quanto o povo que, revestido de poder, reúne as condições todas para evangelizar a terra que é vista e as que se acham nos confins (At 1.8). Não foi o que fizeram os dois jovens suecos ao se depararem com os longes de nosso chão? Por que haveríamos nós de ignorar as searas que clamam por salvação?
2) O desafio apologético – Este século não é a favor nem contra Deus; é indiferente a Deus e à sua Palavra. Tal indiferença, todavia, é iniquidade e grosseria intelectual (Jr 2.6; Sl 14.1). De relance, quem não indaga acerca das necessidades espirituais e morais do ser humano, apruma-se refinado e culto. Mas escrutinado pelos santos profetas e apóstolos, revela-se como aquele que, arrogando-se por sábio, faz-se louco (Rm 1.22).
A luta pela santíssima fé não se dá apenas no terreno da polimia; fere-se, renhidamente, num teatro de operações sutis e quase invisíveis. Assim é o palco da apologética. Num estressante cotidiano, somos desafiados por uma gente bárbara e intelectualmente perversa; uma gente divorciada da fé e inimiga de Deus. Diante dessa gente cultamente inculta, mas disfarçada sempre com os requintes da civilização, urge-nos apresentar as razões de nossa fé (1Pe 3.15).
Não somos apenas uma comunidade evangelística. Ergamo-nos apologeticamente. As armas para deflagrar essa guerra, têmo-las nós (Rm 13.12; 2Co 6.7; 10.4; Fp 1.7).
Muitas são as perguntas a responder. Existe um Deus único e verdadeiro que intervém na história? Tem a mensagem do Cristo relevância para os nossos dias? E a Bíblia? É possível a sua contemporaneidade? Existe, de fato, uma religião verdadeira? Há valores absolutos? A verdade é possível? As perguntas são muitas; as respostas que temos, porém, não são poucas; a Bíblia é um grande manancial.
Fonte:CPAD
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