No dia 8 de março de 1857, tecelãs em Nova York realizaram uma marcha por melhores condições de trabalho, diminuição da carga horária e igualdade de direitos. Na época a jornada de trabalho feminino chegava a 16 horas por dia, com salários até 60% menores que os dos homens.
Essa é uma das versões para a criação do Dia Internacional da Mulher. Ainda existe a versão da fábrica Triangle Shirtwaist Company, em março de 1911, que foi incendiada para conter a manifestação de operárias, o que levou 150 mulheres (entre 13 e 25 anos) à morte. Mas o dia só foi oficializado pela UNESCO em 1977.
Após 150 anos de luta e comemoração, dizer que a mulher já adquiriu seu espaço, é lugar-comum, é bater em uma tecla já desgastada. O seu espaço sempre esteve lá e ela só se apossou dele e, muitas vezes, como hoje em pleno século 21, a mulher se vê em um mundo de inversão de valores, em que sua jornada de trabalho foi triplicada por casa, emprego, estudos, e o seu salário, segundo dados o IBGE, continua 60% menor que o mesmo cargo para o referente masculino.
A matriarca judia
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Fonte: Revista Eclésia
Numa família judaica, a esposa e mãe é chamada em hebraico Akeret Habayit. Isso significa literalmente o “esteio” da casa. É ela que em grande parte determina o caráter e a atmosfera do lar.
Para o judeu, Deus exige que todo lar judaico tenha um caráter judaico não somente no Shabat e nos Dias Festivos, mas também nos dias comuns e nos assuntos cotidianos em todos os aspectos.
Para eles, o que torna um lar judaico especial é que ele é conduzido em todos os detalhes segundo as diretrizes da Torá. Assim o lar se torna uma morada para a Presença Divina, sobre a qual Deus declara: “Façam para Mim um santuário, e eu habitarei entre eles” (Shemot 25:5).
É um lar no qual a Presença Divina é sentida todos os dias da semana, e não apenas quando estão engajados na prece e no estudo de Torá, mas também quando realizam atividades comuns como comer e beber, etc., segundo a diretriz: “Conhece-O em todos os teus caminhos.”
De acordo com a estudante judia, Karen Raki, 21 anos, a palavra da mulher tem muito poder dentro de casa e por isso ela tem grande influência nas decisões de seu marido e filhos. “Por esse motivo, acho que a sua principal função é saber como coordenar essa casa da melhor maneira possível já que é dado a ela o poder de decidir o rumo que levará toda sua família”, analisa.
Não é o que pensa e nem o que vive a rabina Hannah Kochin. Para ela, a proposta de uma religião igualitária não implica que homens e mulheres sejam iguais, mas sim que, justamente por serem diferentes, eles devem ter acesso à liderança religiosa; ambas as vozes devem ser ouvidas igualmente. “O processo de inclusão da mulher, do qual a ordenação rabínica é uma das últimas etapas, veio quebrar o uníssono milenar de nossa tradição, abrindo espaço para um diálogo. Ao incorporar a mulher, a nossa tradição interrompeu a coerência do monólogo, transformando afirmativas em perguntas, certezas em hipóteses, dogmas em pontos de vista”.
Em termos práticos, a presença da mulher na liderança religiosa contribuiu para rever e modificar uma série de questões relativas aos rituais judaicos, tais como o lugar onde a mulher se senta na sinagoga (na ortodoxia, a mulher senta separada dos homens, muitas vezes num outro andar, só enxergando o culto através de uma treliça), a participação da mulher na cerimônia de casamento (na ortodoxia, a mulher não fala durante a cerimônia), seus direitos no processo de divórcio religioso, entre outras coisas.
Mas, como em outras religiões, a maioria feminina se explica pelo fato da religião unir e igualar condições. “Na religião, muitas de nós encontramos um espaço para resgatar, ou mesmo iniciar, uma conversa menos prática e mais essencial, que estava faltando na nossa formação. Encontramos uma linguagem que nos permitiu um outro tipo de reflexão”, analisa Hannah.Para a rabina, essa busca não é exclusiva das mulheres. Hoje vejo muitos homens procurando pela religião. Talvez o pioneirismo da mulher nesta área se deva ao fato da mulher ainda ter mais o luxo da dúvida do que o homem. Como o papel da mulher na família e na vida pública está em processo de reconstrução, ela se permite parar, refletir a respeito e reavaliar com menos culpa do que o homem.
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Fonte: Revista Eclésia
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