Israel Belo fala sobre o Comentário Bíblico Africano e seus benefícios para todos
Estamos acostumados a ler a Bíblia pela ótica dos europeus e dos norte-americanos. De vez em quando, temos a oportunidade de um olhar latino-americano. E os africanos têm algo a nos dizer? A própria pergunta já denuncia o nosso preconceito.
Talvez a pergunta deva ser outra, porque os africanos também precisam ler a Bíblia sob a sua ótica, porque, embora o texto bíblico seja universal e a temporal, o nosso tempo e o nosso lugar impõem desafios específicos. Ilustro: quando tomamos o tema da ressurreição, temos uma profusão de comentários. No Brasil, no entanto, nosso problema é a reencarnação, sobre o que os comentários por aqui publicados mas produzidos em outros contextos silenciam. A África também tem seus problemas teológicos e pastorais.
A tarefa de interpretar e expor a Bíblia na própria cultura ficou agora mais fácil para os africanos, depois que surgiu, em 2006, o Africa Bible Comentary, preparado por quase uma centena de expositores do continente. A editora Mundo Cristão traduziu o comentário para a língua portuguesa, com a intenção missionária precípua de o fazer circular na África de fala portuguesa.
Não moro na África. Talvez por isto, relutei (que vergonha!), em folheá-lo. Comentário "africano" no Brasil? Folheei-o. Bem, quando a gente conhece a gente ama.
Então, foi só amor. O comentário se tornou meu companheiro. Sempre que preparo um sermão, leio o que os meus irmãos africanos escreveram. Minha tarefa ficou mais fácil.
A edição brasileira (não vi a africana) é um primor, desde a tradução à impressão. O papel usado deixou leve e agradável a consulta das 1625 páginas da obra de referência.
O que faz do Comentário Bíblico Africano tão valioso?
Destaco algumas qualidades:
1. Todos os textos, até aqueles mais difíceis, são comentados.
2. O Comentário recolhe as experiências e os conhecimentos de uma plêiade de pessoas; é uma obra coletiva, mas com um foco comum, que não abre mão da erudição e aplica devocionalmente o conhecimento.
3. Os comentaristas procuram interpretar o texto considerando a cultura contemporânea, no caso africana. Assim, por exemplo, quando o livro de Provérbios, eles lançam mão de inúmeros ditados populares dos vários países do continente. É impressionante como a sabedoria divina se incrusta na sabedoria humana. Assim, por exemplo, quando comenta Provérbios 2.6 ("o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem a inteligência e o entendimento"), o comentarista cita um provérbio umbundu de Angola, que diz: "Toda sabedoria provém de Deus, e todas as coisas residem em Deus" (p. 780).
Precisamos de livros assim, que façam a ponte entre o passado da revelação e o presente onde Deus se revela também.
Em seu curto prefácio, John Stott deseja que o comentário "conquiste leitores do mundo inteiro para que possamos compreender melhor as dimensões plenas do amor de Cristo (Ef. 3:18)". Está conquistando, mestre Stott.
Talvez a pergunta deva ser outra, porque os africanos também precisam ler a Bíblia sob a sua ótica, porque, embora o texto bíblico seja universal e a temporal, o nosso tempo e o nosso lugar impõem desafios específicos. Ilustro: quando tomamos o tema da ressurreição, temos uma profusão de comentários. No Brasil, no entanto, nosso problema é a reencarnação, sobre o que os comentários por aqui publicados mas produzidos em outros contextos silenciam. A África também tem seus problemas teológicos e pastorais.
A tarefa de interpretar e expor a Bíblia na própria cultura ficou agora mais fácil para os africanos, depois que surgiu, em 2006, o Africa Bible Comentary, preparado por quase uma centena de expositores do continente. A editora Mundo Cristão traduziu o comentário para a língua portuguesa, com a intenção missionária precípua de o fazer circular na África de fala portuguesa.
Não moro na África. Talvez por isto, relutei (que vergonha!), em folheá-lo. Comentário "africano" no Brasil? Folheei-o. Bem, quando a gente conhece a gente ama.
Então, foi só amor. O comentário se tornou meu companheiro. Sempre que preparo um sermão, leio o que os meus irmãos africanos escreveram. Minha tarefa ficou mais fácil.
A edição brasileira (não vi a africana) é um primor, desde a tradução à impressão. O papel usado deixou leve e agradável a consulta das 1625 páginas da obra de referência.
O que faz do Comentário Bíblico Africano tão valioso?
Destaco algumas qualidades:
1. Todos os textos, até aqueles mais difíceis, são comentados.
2. O Comentário recolhe as experiências e os conhecimentos de uma plêiade de pessoas; é uma obra coletiva, mas com um foco comum, que não abre mão da erudição e aplica devocionalmente o conhecimento.
3. Os comentaristas procuram interpretar o texto considerando a cultura contemporânea, no caso africana. Assim, por exemplo, quando o livro de Provérbios, eles lançam mão de inúmeros ditados populares dos vários países do continente. É impressionante como a sabedoria divina se incrusta na sabedoria humana. Assim, por exemplo, quando comenta Provérbios 2.6 ("o Senhor dá a sabedoria, e da sua boca vem a inteligência e o entendimento"), o comentarista cita um provérbio umbundu de Angola, que diz: "Toda sabedoria provém de Deus, e todas as coisas residem em Deus" (p. 780).
Precisamos de livros assim, que façam a ponte entre o passado da revelação e o presente onde Deus se revela também.
Em seu curto prefácio, John Stott deseja que o comentário "conquiste leitores do mundo inteiro para que possamos compreender melhor as dimensões plenas do amor de Cristo (Ef. 3:18)". Está conquistando, mestre Stott.
Fonte:Mundo Cristão
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